terça-feira, 12 de dezembro de 2006

acabaram as aulas

Bem... acabar, acabar, não acabaram! Mas eu estou fora desde há algumas horas. O semestre p'ra mim chegou ao fim! Não vou estar na apresentação final do projecto deste semestre (por razões óbvias, não vou volto a mencionar Only Planet aqui carago... oops, carago não, carago!), mas confio plenamente nas minhas camaradas finns. Alguém deste grupo ainda vai longe!
Ontem fui posto à prova em mais um exame de finn. Rai's parta! Não porque seja uma
língua díficil de aprender, não é (há outras línguas bem mais díficeis de dominar... e mais "apreciadas" também!) mas porque por agora não tenho informação suficiente para comunicar fora do inglês (que todos por cá usam mais ou menos...). Perco a última aula mas não perco muito (acho eu!).
Hoje, durante o meu último almoço no Petronella (este ano! Ah... Petronella é o nome do restaurante da FAD) fui brindado (que egocêntrico. "fui"!... quero dizer "fomos"! Eu e os outros comensais) com uma sessão de
cânticos natalícios, notavelmente apresentados pelos estudantes de Educação. Olh'á pose!

Depois desta pérola, saí para dar um saltinho (que é uma forte simpática de dizer que tive que caminhar 30 minutos) até ao centro de Rovaniemi. Rai's parta (outra vez!), o loquete (alguém sabia que se escrevia assim? Vá lá, confessem... Eu não sabia!) da minha bicicleta está de férias, o que significa que terá que ser serrado. Até lá, de volta ao exercício forçado! Quando saí para a rua (eram 13:06) o sol estava a pôr-se! O sol que eu não vejo há já várias semanas... Acabei de confirmar, o dia hoje teve 2h29m.
Fui até
Sampo Aukio(a famosa Lordi Square que os rovaniemenses gostam tanto quanto os portuenses da Pavilhão Rosa Mota. Os portuenses (ou não) gostam (ou não) do Palácio de Cristal!) e estive a preparar (e a fazer também) algumas compras de Natal. Aproveitei para apreciar a "feirinha" de artesanato e para me assustar com o boneco de neve que lá está (de alguma forma parecido com um Lordi!). Tão feio que quase fugi dele...
Amanhã (ou daqui a nada, dadas as horas) vou partir até Oulu (a "next big city" por estes lados) e continuar viagem até Vaasa para na quinta atravessar o Báltico até Umeå na Suécia. Por isso hoje acabaram as aulas p'ra mim... Volto p'rá Finlândia no mesmo dia, mas não volto a Rovaniemi sem ir a Tampere. A próxima cidade depois, está ainda por decidir: Turku ou Helsínquia.
Neste dia especial, os meus mais sinceros desejos de profunda felicidade para a menina do forcado!

domingo, 3 de dezembro de 2006

Ò tempo, volta p'ra trás

Acabo de chegar da capital. Até lá, pouco mais de uma hora de voo; para cá mais de doze! Nunca vi comboio mais lento... ao ponto de parar no meio de nada (à espera que algo aconteça? Era o único). Pelo menos 2/3 da viagem foram a dormir. Vá lá, nem tudo se perdeu.
A capital? A capital é a capital. Está para a Finlândia como o Porto para Portugal (O quê? A sul do Douro é mouraria! Não é nada... que eu preciso muito do Sul para saber o que vale o Norte), apesar de bem mais pequena. E ontem no kiasma (a versão finn de Serralves) descobri um achado arqueológico portuga. E reparem tanto no conteúdo como no excelente português com que brindaram os finns; estes portugas, são ou não são do Norte, carago?

E como não podia deixar de ser, os "patinhos":
De volta ao início, e porque quero que o tempo volte p'ra trás. A impresibilidade dos fenómenos atmosféricos deixou o mercado térmico de Rovaniemi de candeias às avessas (melhor ainda: de candeias apagadas...). Ò tempo volta p'ra trás porque todos querem (e eu também, sem surpresas) as temperaturas negativas de há umas semanas atrás. Confesso que é muito mais confortável sentir 20 negativos e neve pelos joelhos (quem diz -20 aguenta -30 ou -40) do que estes míseros (miseráveis mesmo) 0ºC e gelo pelas solas. Esperemos que, quando não há nuvens no céu, o não acontece há largos dias (largos dias... mentira: curtíssimos! Hoje, 3h e 28min) a possivel luz solar ajude a trazer de volta o frio e com ele a neve, caso contrário o trenó não descola e não haverá Natal para ninguém.

segunda-feira, 20 de novembro de 2006

café nas veias

Que §u£@ de semana, a última... todos os dias a "pegar" às 9 da manhã (noite cerrada: o sol hoje apareceu às 9:31 e desapareceu 14:35, num total de 5h e 4min de luz... se não houvesse nuvens no céu!) e a carburar até de madrugada. Só mesmo de café nas veias!
4 aulas na segunda às 9h; fui a duas! Reunião Only Planet até não sei quando...
Terça-feira negra: começar e terminar uma apresentação para a quarta de manhã entre 8 horas de aulas.
Quarta de manhã, depois da apresentação, 5 horas a ouvir o "especialista" Michael Hardt sobre tendências e package design numa abordagem do tipo Maya ou Paulo Cardoso. Final do dia a "assaltar" as prateleiras dos supermercados de máquina fotográfica (deve ler-se telemovel). Café com a friendly family para despedidas (sozinho, outra vez!). Ainda assim, com tempo para jantar e um lindo passeio nocturno pelas margens geladas do Kemijoki. Um último exercício de amor antes da partida na manhã seguinte.
Quinta com almoço depois das 15h (o almoço começa a servir-se por aqui logo depois das 10:30. Se calhar foi jantar...). Entre o packaging workshop e o último encontro Only Planet antes da apresentação, tempo ainda para uma apresentação (2ª da semana) sobre o modelo idesign. À noite um demorado download com a "banda sonora" para o filme Only Planet.
Sexta-feira (quase) santa. Não há nada que pague o brilho no olhar do nokia designer. Não há nada que pague o abanar tímido de cabeças finlandesas do fundo da sala, registo inequívoco de prazer provocado pelos ritmos de Caetano e Duncan. Não resisti (e logo eu, meu deus!) e abanei o corpinho (serão suadades?). Menos uma aula de finnish. Mais umas horas de workshop e entretanto um private meeting a sublinhar o valor da proposta Only Planet. Ao final do dia a inauguração de uma exposição na FAD e um concerto da, já familiar (em todos os sentidos), Orquestra de Camara; para me lembrar que há outros ritmos.
Sábado com mais (de 5h!) workshop... quem as teceu que as urda (este sim, é o verbo do mês, carago! Vá lá, todos juntos, desta vez no pretérito mais-que perfeito: eu urdira, tu urdiras, ele...). Depois de um final de tarde, perdido em casa, a fazer não sei muito bem o quê e uma ida fora de horas ao hipermercado, fui desafiado para uma Summer Party em Kuntotie (residência massiva dos "internacionais"). E que §u£0 de supapo (se urdir é o verbo do mês, supapo é, definitivamente, o substantivo!) eu dei. O mercado térmico está em alta e por isso nos últimos dias choveu; mesmo assim a chuva congelou. Andar lá fora com alguma dignidade só mesmo os altamente embriagados. Como não era o meu caso (ainda), "patinei" de cóxis uns bons cinco metros! Nada que uma porrada (neste contexto, porrada também é um bom substantivo, ainda assim sem hipótese de chegar ao ouro) de cervejas não ajudassem a "melhorar".
Domingo a aspirar, esfregar, lavar e secar roupa... em bom português: faxina! Já é segunda-feira (outra vez!), são 1:20 da manhã e às 9:00 com mais workshop...

domingo, 19 de novembro de 2006

praia a arder

Parece que é "tradicional". Todos os anos, às entradas de Novembro, os "alunos-artistas" da Faculdade de Arte e Design esculpem (que palavra estranha... será possivel que alguém diga: eu esculpo? Ou, vós esculpis? Já agora, tentem conjugar o verbo tagarelar no futuro do pretérito. Eu dou o mote: eu tagarelaria, tu...) em madeira umas tantas esculturas (é redundante não é? Pleonasmo? esculpir esculturas... podem esculpir-se outras coisas?), expoem-nas na praia (bem, aqui solta-se a gargalhada: Praia? Em Rovaniemi?) e ateiam-lhes o fogo (fogo! Outro verbo fixe: atear! Eu ateio, tu ateias, ele ateia...). A cada fogueira, cuidadosamente sonorizadas com percussão tribal (africana?) e animadas por piro-malabaristas , o público (centenas dele) aplaudia. Uma hora a "congelar"... Ficam aqui as fotos (do costume):
Última foto: para os mais distraídos isto é neve e não areia... praia com o rio congelado!

quarta-feira, 8 de novembro de 2006

a menina dança, dança?

Prometi aqui há uns dias, esquissar uma pequena ilustração da actividade noctívaga local. Como a agenda tem estado muito preenchida (o costume: sempre pouco ocupado com muito trabalho), convidei another foreigner a usar este espaço e assim projectar algumas imagens do hambiênte robaniémênse (deve ler-se mesmo assim... é o sotaque!). Assim, o espaço que se segue é direito de antena e da inteira responsabilidade do(s) interveniente(s).

Passados alguns dias, conhecidas algumas pessoas, calcorreado algumas ruas, bebido umas tantas cervejas, corrido alguns perigos, vividas algumas aventuras, eis que apresento a noite de Rovaniemi: a cidade é pequena e retirando os bares e restaurantes dos hotéis, a oferta não é muita mas variada!
A noite começa cedo, tendo em conta que a partir das 5 da tarde se janta, os cafés e bares que até essa hora servem litros de café (aqui bebe-se em chávenas almoçadeiras!) passam a servir cerveja em copos de meio litro. Porém, os apreciadores de cerveja ficam logo desapontados mal as veem sair sem qualquer pressão. O sabor também é pouco interessante mas, para apreciadores de chá como eu, é bom! De outras bebidas não vou falar, dará uma boa reflexão para o meu anfitrião. Ficam aqui apenas breves comentários aos espaços visitados:

Hemingway’s
Muito frequentado por locais e internacionais, decorado com imagens, livros e objectos que nos fazem pensar que estamos na casa do romancista jornalista norte-americano.

Zoomit
Muito internacional, com grandes janelas que nos proporcionam ver quem passa na rua ou quem está no interior. Disseram-me ser o local mais “chic” da cidade e por isso o café custa 2,20 e a cerveja 5 euros.

Irish Times Bar & Lounge
Bar tipicamente irlandês, onde se pode ouvir música ao vivo. Tem uma esplanda onde fornecem mantinhas para os mais corajosos.

Paha Kurki
Pequeno espaço, cerveja em quantidade. É “obrigatório” consumir no mínimo 2 litros!

Comico
Espaço notoriamente para os estudantes onde se pode comer e cantar (Karaoke)! Nunca vi tanta mulher junta... a não ser num strip masculino!

Pub Huli Bumba
Decoração lapónica (mesas e bancos em madeira, muita madeira), com algumas mesas de bilhar, jogos e claro... karaoke e muita cerveja! Mais tasco que o Tupsu.

Kellari
Grande espaço, com grandes ecrans onde se pode assistir aos jogos de futebol e dançar, com muita cerveja à mistura.

Tupsu
Não sei se fomos os primeiros internacionais a entrar... é um dos tascos cá do burgo, muito orgulhoso das suas origens. Tem bandeiras da Lapónia, cores da Lapónia e muita madeira da Lapónia... no balcão, nos bancos, nas mesas, nas paredes...

Oluthuone
Como o Tupsu, no centro da cidade e frequentado por gente mais jovem.

Holvi
Não tão finnish, mas frequentado por locais.

Comum a todos os espacos há, como já referi, a cerveja uma vez que, após o jantar é “obrigatório” beber álcool e esta é a bebida mais barata. Em média consegue-se o tal meio litro por €2,50. Claro que, leve como é e com temperaturas no interior a rondar os 22ºC, o consumo das loiras aumenta consideravelmente e ao fim de umas horas e dois ou três bares percorridos antes de ir para a disco é só ver os “introvertidos” finns a mostrarem quem são! Eles sentam-se na nossa mesa, eles ficam especados na nossa frente, apresentam-se ou não, tiram-nos a medidas e quando digo tiram as medidas certificam-se mesmo delas! Não importa se são homens ou mulheres, se estão sós ou acompanhados, nem se estamos sós ou acompanhados simplesmente “dão-se” a conhecer. Claro que por vezes se apanham alguns sustos!!! Nem todos são altos (as), loiros (as) e dinamarqueses (as) ... são finns pois claro!

A partir da meia noite vai-se para as discos. Das seis existentes visitei quatro. Nelas revivi os meus tempos de teenager. Lembram-se quando iam às matinés da aldeia e as pessoas que estavam sentadas corriam para dançar aquela música que gostavam e no fim voltavam para os seus lugares? Em que o DJ deixava acabar uma música para colocar a segunda? Em que as pistas eram no meio do espaço e à volta todos estavam “pendurados” a ver quem dança? Cool...

No Tivoli, que classifico como antigo, em estado decadente, sujo e feio, encontram-se todos os estudantes. É o espaço mítico que segundo dizem todos amam (TIVOLI =I LOV IT).
Nite Train é como um labirinto, com várias salas mal iluminadas, corredores estreitos muito convenientes... O DJ tem o set no balcão e serve copos entre as músicas.
A Doris Night é para todos! Turistas, locais, estudantes internacionais. Paga-se 2 euros para deixar o casaco, as luvas, o gorro e o cachecol mais 6,50 para entrar, sem bebidas claro está!
Entretanto, foi inaugurada uma discoteca muito “fashion” com quatro espaços distintos com música para todos os gostos: Rock, Electrónica, Disco e Pop Finnish. Nela o ambiente já é bem mais europeu, com DJ´s profissionais, seguranças, só faltando mesmo os animadores. É uma espécie de franchising finlandês e chama-se Onnela.

Em todos os locais há rigor nos horários e às 3h30 as luzes começam-se a acender, as pessoas dirigem-se para as saídas e às 4 da manhä as portas estão fechadas. Para continuar a noite só mesmo em festas particulares que segundo os lapões, são mesmo as melhores! Mais informações no ranking de todos os espaços desta latitute, incluindo a bôite, segundo votação dos clientes!

domingo, 29 de outubro de 2006

dias intensos

comidinha outra vez!
Escrevo mais sobre pensinho do que sobre o que realmente vim p'ráqui fazer... Mas até agora só havia escrito "maldades" sobre a (mal fadada) gastronomia lappish. Na passada quarta-feira fui ver, cozinhar e saborear algumas receitas tradicionalmente nortenhas. Há coisas interessantes, mas a minha opinião mantêm-se, obviamente.
Não há restolho como o nosso!
O curso foi organizado pela universidade para os "internacionais" e executado por uma organização finlandesa chamada martat, fundada em 1899 para promover a qualidade de vida doméstica. Faz falta algo assim em Portugal para que muitas famílias soubessem como gerir o orçamento; adiante! Quinze aspirantes-a-cozinheiro(a)s, divididos em sete grupos, e instruídos pela simpatiquíssima senhora Eeva (sim, é com dois e's, não é um erro e leêm-se os dois! e sim, eu sei que há erros por aqui. Mas, que diabo!, com dois deditos é díficil dominar cento e tal teclas!) prepararam nove receitas: pão, sopa de salmão, salada verde, rena, almôndegas, puré de batata, legumes salteados, gelado (nesta altura basta colocar na rua e gela!) de bagas - lingonberry, e pão para acompanhar o café. Um bocadinho de cada a cada um de nós e a opinião foi unânime: mais trinta cursos e havemos de ser cozinheiros! 'tou a brincar... estava muito bom; especialmente a rena (adivinhem quem cozinhou?) e as almôndegas. Volto lá ainda no Outono para experimentar o receituário de Natal. E volto cá para lhes contar como foi!

noitada com (tempestade de) neve pelos joelhos
Dois dias depois, resolvi "prendar-me" com um jantar mais cuidado (desejo resultante da experiência anterior) e fui com a menina do forcado procurar um restaurante lappish, o Nili. É muito difícil andar com a menina do forcado na neve. E nevava que deus a dava! Tanto que quase cancelou a jornada até Valtakatu. Depois de despir metade da roupa (luvas, cachecol, gorro, casaco) e sacudir quatro quilos de neve, dois em cada bota (foi uma estreia promissora para as botas novas: logo no primeiro dia experimentaram uma tempestade...) estava pronto para comer uma rena! Mas o preço tirou-me o apetite... O mais barato era mesmo uma omolete (para isso ficava em casa!). Bebi cerveja (por aquele preço, Sr. Ferreira, bebemos uma Barca Velha. Está prometido!) e à sobremesa quase pedi a omolete... Mesmo apertando o cinto (o estômago justificava) lá foram € 30,00 por cabeça. Depois disto fui conhecer uma disco novinha (inaugurada há uma semana) e (finalmente!) um espaço mais cosmopolita. Mas sobre isso havemos de falar (está prometido à Teresa) mais adiante.

dança de luzes para as sebastianas
Freamundenses! Está decidido: em 2010, depois da Unidos da Tijuca, dos Catrapumpum (e de todos os outros!), do Pontes, e de pontes quiçá; as sebastianas terão auroras borealis. Ainda não sei o cachet nem se estarão disponiveis para o mês de Julho (aqui só "trabalham" entre Outubro e Abril) mas que deixarão bocas e olhos escancarados e ahs! de estupefacção ninguém ouse duvidar! Freamundenses, não sou digno de exibir aqui nenhuma imagem do espectáculo a que tive o previlégio de assistir, não porque tivesse sido impedido de registar todo ou parte do evento, mas porque neste caso, conterrâneos, imagem alguma é capaz de mostrar de facto a beleza deste bailado de luzes. Sigam o link anterior e imaginem isto a acontecer por cima das nossas cabeças. A lenda diz que as northern lights são produzidas pela raposa do ártico que corre para o norte e toca as montanhas com a pele, libertando faísca que voam pelo céu; outra versão da história diz que a raposa provoca as luzes no céu varrendo neve com o rabo. Enquanto assisti, até era capaz de acreditar que o Benfica tinha equipa p'ra ganhar ao FCP! Puoooooorrtoo! (repararam no meu braço em riste p'ró topo norte, ah?)

domingo, 22 de outubro de 2006

e pronto (como o previsto)... chegou!

E se, de repente, alguém lhe disser que está a nevar? Sim, eu sei: não é o mesmo que receber impulse... mas que diabo!, ainda há alguém à espera de receber um impulse?! Mas foi (ontem, ao final da tarde) mais ou menos assim.
- 'tá? Olha, acabamos de sair do prisma... vamos demorar mais um bocadinho a chegar porque 'tá a nevar. Daqui a 15 minutos 'tamos aí, ok?
"15 minutos"? Sim, sim! Tudo bem, só não se esqueçam do vinho... (ups!, vinho; não é sobre isto que quero escrever).
"'tá a nevar"... (é sobre neve que escrevo!) Aaahh! (reparem na minha expressão de contentamento!) Oh, como previsto. Que bom. Bem, bom não porque me sinta tipo, puto-ansioso-que-espera-pela-queda-de-neve (sou mais do tipo puto do que propriamente ansioso), mas porque estava a precisar de uma razão para andar de ceroulas! E a neve parece-me uma boa justificação:
- Já compraste ceroulas? Olha que a neve está a chegar. Agasalha-te rapaz, agasalha-te!
Pronto, já comprei! E já me agasalho!...
Depois do branco translúcido do gelo, o branco mate da neve, registado nos primeiros momentos pelas 5 webcams do município. Assim será pelo menos nos próximos (quase) seis meses (mais branco e com menos luz!).

Fica aqui uma pic (hoje de manhã) em jeito de comparação com outra publicada há uns dias atrás.

sexta-feira, 20 de outubro de 2006

mercado térmico de Rovaniemi

Noite continua a ganhar terreno face ao dia
A noite lapona valorizou-se hoje mais 10 minutos face ao seu rival diurno, o qual recuperou luminosidade face ao dia anterior, promovendo um aumento no número de praticantes de nordic walking. Em consequência deste aumento da luminosidade, os investidores térmicos a preferirem ajustar as suas posições antes do fim de semana para valores negativos.

Águas gelam com perdas de temperatura
As principais águas de Rovaniemi terminaram a sessão de hoje em terreno negativo, destacando-se as perdas dos principais lagos do sector sul, depois do Finnish Meteorological Institute ter previsto um corte no aquecimento do ar da Lapónia.

Harjulampi e Kirkkolampi levam temperatura para terreno negativo.
É este o mapa do mercado: O índice de referência fechou hoje em baixa, suportado na desvalorização das temperaturas do Harjulampi e Kirkkolampi, e com a Kotisaari a fixar um valor negativo, com espessuras próximas do centímetro, perdendo valor devido às correntes do Kemijoki.


Divulgação das previsões atmosféricas para os próximos dias impulsionam arrefecimento dos mercados
As principais temperaturas da Lapónia encontram-se a negociar em terreno negativo, suportadas pela expectativa de que a previsão de neve para o fim de semana continua a ser real.

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

todos os sinais apontam para...

NEVE!!! Que medo, meu deus!, que medo... Se no último domingo, as dimensões da minha sombra anunciavam a chegada dos dias curtos (estão a perder 10 minutos de sol a cada um seguido do outro), as temperaturas de hoje, depois do jantar (cedo, portanto), anunciam a banalíssima neve por estes lados.
E como podem verificar, é normal um termómetro capaz de medir temperaturas abaixo dos -40ºC! Isto promete... até ao congelamento do rio.

domingo, 15 de outubro de 2006

fim de semana: in'n'outdoor!

Depois de uma semana preenchida com questões "only planet", questões "action research", questões "finnish for foreigners"... estava mesmo a precisar de relaxar! Sendo que, p'lo meio da semana houve a oportunidade (aproveitada, pois claro!) de assistir mais uma vez (ainda tenho a sensação que nunca é demais) a um concerto da Orquestra de Música de Camara, desta vez acompanhada por 4 saxofones (um quarteto, portanto) de idades diferentes a julgar pelos tamanhos.
Relaxar num fim de semana pode significar passá-lo todo em casa... mas não para mim! E, com a menina do forcado, dei uma voltinha ao bilhar grande! Qualquer espécie de roteiro nocturno por estas bandas ficará para outras núpcias. Isto significa, sim, que há (muita) actividade nocturna por cá. No entanto, relatar qualquer coisa sobre o ambiente "discoteca d'aldeia"
exige reflexão, tempo e paciência (indisponiveis nestes instantes). É, ainda assim, possivel adiantar alguns temas: rigor horário que aqui se pratica; desrigor técnico dos (pseudo)DJ's, e barmans (como em Portugal, infelizmente); ausência de sumo de limão, e em alguns casos de asseio. Havemos de falar...
Por agora, não quero perder a oportunidade de partilhar esta tarde de um sol brilhante e estranho (!). Quem me conhece (muito bem; muito bem mesmo!) sabe que depois de 1 hora a jogar futebol fico perto dos 182 centímetros, 1
abaixo da altura matinal! Pois bem, às 13:30 da tarde do dia 15 de Outubro de 2006, a sombra que este sol projectava de mim prolongava-se por mais de 5 metros! É o anúncio dos dias pequenos.
A friendly family havia planeado uma viagem a Vattunkiköngäs para que eu tivesse oportunidade de, antes que comece a nevar (já falta pouco: duas semanas?), experimentar o tradicional contacto finn com a natureza e pudesse comer makkara
(espetada num pau ali à mão de semear!) assada na fogueira.
É espantoso: há trilhos de madeira que definem vários quilómetros de caminhadas por entre árvores pouco altas mas muito, muito densas. E, de kilómetros a kilómetros, há abrigos onde é possivel acender a bendita fogueira com, imaginem, lenha armazenada (talvez pelos duendes do pai natal, não sei...). Havendo necessidade de lenha míuda, pois bem, é só usar o machado ali ao dispor. E para um xixizinho ou mesmo um cocózinho de emergência, há a toilet mesmo ali ao lado também!
Em jeito de fecho, ficam algumas pics desde weekend solarengo...


terça-feira, 10 de outubro de 2006

olh'ó pai natal

Eu vi o homem! Ah, ah, ah! Meu deus! O homem existe mesmo! E é um bacado bichona: convidou-me a sentar no colo dele. Eu não, que a menina do forcado podia ficar com cíumes...
Vá. Então portugalilainen? Não se diz mal do senhor das barbas brancas, velho e volumoso como o caraças... vamos lá a coisas sérias, sim?

Então vá! Claro que não é bichona (pelo menos não me convidou a sentar no colo dele). Mas é de facto muito volumoso.
O lagar do tioneca não havia de chegar para o banho de relaxamento no amanhecer do dia 25! As botas também não o favorecem nada... se a (tia) Fátima pudesse deixava-o fashion para este inverno! Era um pai novo todas as estações.
No próximo Natal tenho que lhe deixar uma postazita de bacalhau na meia. Depois de lhe saciar a curiosidade sobre o modo como
o Natal português se celebra, vi-me obrigado a prometer-lhe como prenda o sabor do fiel amigo (e estou eu a falar de comida outra vez... arre!). O pai natal pediu-me uma prenda!
O melhor da tarde sombria de domingo foi mesmo a "duenda" que encontrei lá! Só não achei muita piada ao gorro "encarnado". O meu, bem azul (e branco) como o papa gosta, é bem mais giro...


E fiquei a saber (apesar de não haver dúvidas, mas talvez haja uns ou outras a quem fosse necessário apresentar o certificado e, por isso ele aí está!), que afinal fui um menino (muito, digo eu. Modéstia não me sobeja) bem comportado este ano. Este ano? Todos os anos... que gosto sempre de ser um "bom menino"! E por isso fui distinguido com o honorável selo de "Santa's Little Helper". Ah pois é, pois é... Connections é o que é!

domingo, 8 de outubro de 2006

a (mal fadada) gastronomia!

Alguém há dias me perguntava: "E então, qual é o melhor prato aí?"
Resposta imediata: "Os que eu cozinho, claro!" ou seja, os "portugueses"!
Este fim-de-semana comi ao jantar, com a menina do forcado,
um quilo de carne de porco assada com batatas! (Meu deus, que saudades das nossas cozinhas). E isto regado com, perdoem-me, uma garrafa de crianza (bem bom por sinal).
Já aqui falei das compras. A última aventura foi a alteração forçada da receita da
quiche da D. Angela (obrigado irmãzinha pelas dicas!) porque a receita da Lina para a base (aqui a base teve que ser feita porque não se encontra nenhuma para compra) dizia farinha de trigo. Depois de um esforço enorme para descortinar farinha, apostei numa embalagem que prometia farinha... mal sabia eu que era de centeio. A base foi feita mas, ao contrário das bases "normais", esta teve que ser "montada" directamente na forma por falta de "consistência"...


Bem, o resultado foi bem animador. Reparem no aspecto delicioso! E delicioso foi também o sabor! Até o finlandês gostou. E já acabou...


Mas há sabores por aqui bem agradáveis. O tradicional prato de guisado de rena (poronkäristys), servido com puré de batata, é aconselhável para quem aí aprecia cabrito e/ou anho, uma vez que os sabores são primos com certeza. Bem bom. E caro! Eu prefiro de longe o bacalhau fresco. Diferente do nosso, mas ainda assim com razões de sobra para repetir! Ah! E há por aqui uns tais pasteis da Carelia (Karjalan piiraka) que me tiram do sério (e logo eu...). São uma espécie de mini-pizza, semi-calzone, com recheio de arroz que, comidos com uma pasta de manteiga e ovos, devem ser a principal razão de engorda das finn's. Problema nenhum no meu caso a quem a engorda até havia de fazer bem...
O melhor por estas latitudes parece mesmo ser o espectacular exibicionismo da natureza. Apreciem...

quarta-feira, 4 de outubro de 2006

imagens (pouco) soltas

amanhecer|7:30|da minha janela|não me lembro do dia...


outro amanhecer|6:50|a caminho da cidade|29.Setembro


kirkkolampi|à tarde|não me perguntem o que significa|30.Setembro

terça-feira, 3 de outubro de 2006

notas (muito) soltas

Como o meu "transportavel" só chegou 3 semanas depois de mim (ou quase quatro! eu cheguei no dia 1 de Setembro e saí do Porto no dia 31 de Agosto) fui escrevendo alguns apontamentos no little black book (without poems in!). Assim, de uma vez só, vou deixar ficar soltas as frases que de um modo desenquadrado são títulos das ilustrações das minhas experiências.

3.Setembro
  • Muito obrigado catrapumpum p'la despedida fantástica e inesperada; meu deus, que saudades de dar umas "bombadas"!
  • Até breve mano farfulhas! Onde quer que eu esteja, tu estarás também. Um beijo no sítio do costume!
  • As companhias francesas são eternas. tmn!
  • Menina do forcado! Estou preocupado... não me consigo lembrar de tomar banho antes da partida. Acho que sim porque fomos os últimos a chegar ao aeroporto. Desculpa-me pela postura duro, durinho...
  • tioneca! tiabel! ninguém para o vosso zinho!
  • Riquinho, para mim serás sempre o maior! Mesmo!
  • Até Londres na Ryanair com uma hospedeira chata e antipática. Com o telemovel ligado e sem dormir quase nada (30 minutos?)... Em contrapartida, educação finlandesa a bordo irrepreensivel, assim como a simpatia. Mais alguns minutos de sono... Na última etapa aérea café de borla (é pecado pagar por café assim!). Recepção às 7 da manhã com uma bofetada de ar a 7ºC. Calar... sinto-me bem ;)
  • Taxi feminino. €10 irlandeses mais 11,5 portugueses. Agora que penso nisso acho que ludribiei o Stan. Sorry...
  • A cara de espanto das "meninas" do International Office da Universidade quando um portuga barbudo lhes surge pela manhã com uma mala gigantesca e outra que nem por isso (35 kg de roupa: essencialmente t-shirts... agasalha-te rapaz!), à procura das chaves do apartamento. As chefias fora do ecritório (nem sempre se trabalha às sextas, pareceu-me...).
  • Pega lá esta fellow tutor: loura (nem podia ser d'outra cor!), grande (mesmo grande!), larga e, obviamente, com muitos mais quilos do que eu (alguém a esfregar as mãos de felicidade). É terreno para ser explorado de galochas ;)
  • Formalidades de arrendamento, chave na mão para um quarto completamente vazio, uma cozinha com fogão e frigorífico (incluí colher de pau gigantesca!) e uma casa de banho "nórdica" patrocinada pela associação anti-bidé. Tens mesmo que fazer uma visitinha xôr Ferreira!
  • Xau Aino! Preciso de dormir. São 11 da manhã e o céu está (muito) nublado.
  • 5 da tarde: Ora aqui a "grossery store". Do outro lado o RKioski. Aqui está o puhelinnumero (358509359090). 30 minutos depois no centro de Rovaniemi (com passagem pela "camara municipal" e pela Rovakatu) a Tutor de bicicleta e eu a pé - meu deus, que figurinha.
  • Regresso à mercearia (mini-mercado do tipo casalinho) e compra do jantar (leia-se sandochas): pão, qualquer coisa parecida com fiambre mas mais barata, alface com raiz e tudo!, 5 tupperwares pequeninos do tipo tigela, Kellog's Classic, iogurte líquido natural, compota de mirtilo (o frasco serve de copo. Abre os olhos moço!) e um "bom dia" de manteiga francesa.
  • Sandochas, dentinho lavado, xixi, e cama. Cama não, saco-cama e chão!
  • Acordar às 9:00 e preparar o pequeno-almoço: num tupperware pequeno colocar alguns flocos de trigo, juntar uma colher de plástico de compota de mirtilo e iogurte suficiente para cobrir bem. Tomar banho enquanto amolece. Pronto a comer com colher de pau! O café (saudades da menina do forcado) bebe-se sem açucar mas não por opção. Algures em Rantivitikka sem mesa, sem sítio onde pousar os glúteos, mas ainda assim com máquina para cortar a barba!
  • Compromisso às 11:00 no número 11 do mapa. Polacas, grego e australiana atrasados. Visita à libraria desenhada por Aalto (desenhou também a cidade quando os alemães a queimaram durante a guerra contra os russos). Não gosto de bicicletas em second-hand: continuo a pé!
  • Primeiro almoço (com direito a prato e talheres) é num restaurante chinês. E viva a globalização. Ou não!
  • Ao fim da primeira semana de orientação estou todo desorientado! Pelo menos agora já pedalo...
  • O flat-mate é um finlandês estranho: não quer que traga amigos cá para casa para a bebedeira (nem eu!). É um puto atinadinho, parece.
11.Setembro
  • Na semana de (des)orientação conheci muita gente de muitos lados. Os espanhóis agradam-me mais que os outros. Deve ser porque falam com as mãos, os braços e muito alto!
  • Continuo sem cama.
  • Não me sinto nada perdido no meio desta (des)orientação, apesar de não saber como se vai definir o "study plan" nas próximas semanas. Nem tenho medo de não ter medo...
  • Se quiserem saber para onde vai o dinheiro dos nossos impostos (sim, eu também descontei nos últimos anos, e muito!) eu digo-vos: pelo menos uma parte microscópica da massa é para ajudar um gajo portuga e barbudo a fazer um MA em Industrial Design na Lapónia. Boa zinho! Quem não chora, não mama!
  • A cerveja daqui é má! Não há formas simpáticas de dizer isto. Agora financio a cultura dinamarquesa e/ou o turismo irlandês.
  • Faz-me falta uma cama, o meu computador, e muita falta a menina do forcado!
  • Ainda estou na fase de perceber como as coisas e as pessoas "funcionam". Até aqui não há episódios negativos. Está a valer a pena: uma secretária e uma máquina de escrever (sinto falta de um teclado...) e respectivo transporte por €24. Tudo em second-hand, of course!
  • Outra vez globalização: comida italiana (a pizza mais pequena é kingsize: metade fica para o jantar) no norte da Finlândia, acompanhado por uma finlandesa, uma espanhola e uma indiana, num restaurante com nome francês, propriedade de um turco, e patrocinado por uma bebida americana.
2.Outubro

Há 3 dias que tenho a menina do forcado cá (que posso pedir mais?)!

Atalhando estas últimas semanas: já tenho o "study plan" mais ou menos orientado. O rabo já não me dói tanto como nas primeiras semanas (então? Mentes contaminadas! É porque me começo a habituar à bicicleta e respectivo celim. Experimentem ir para o vosso trabalhinho, ou para o café, ou outro sítio qualquer de bicla e digam-me qualquer coisa...).
A friendly family é de facto friendly. Na passada quinta assisti a um concerto da Lapin kamariorkesteri porque a mãe é violinista e o pai fagotista! Espectacular!
A minha "mãe" na faculdade gostou (muito) do lecture journalsobre a DfA Conference. Pensa até atribuir-me mais que 2 ects. Obrigado Liisa!
O projecto Only Planet para a Nokia já começou. No meu grupo (um destes dias o grupo é mesmo meu!) há mais 4 finlandesas. O ritmo de trabalho com elas (ainda) é estranho.
De agora em diante vou tentar manter este e-espaço mais ou menos actualizado. Mas o tempo é apertado aqui: ir às compras significa "perder" um quilo (andar de bicicleta não é fácil) e "gastar" horas (como não se consegue carregar tudo numa bicicleta, as compras são frequentes...), apesar da escala reduzida da cidade (isto é mais pequeno que a Maia).
Sem me alargar muito mais dou-vos oportunidade de "orientar" alguns assuntos (para já falei só dos chatos: pareço a gaja da Ryanair). Perguntem se quiserem!

domingo, 24 de setembro de 2006

portugalilainen

portugalilainen é como os finlandeses escrevem português. Ora aqui está a razão!